7 mentiras que os liberais contam: 1. "Se seu patrão não tiver que recolher FGTS e INSS, ele vai aumentar o seu salário".



Esta é uma breve coletânea de "pérolas" que os liberais vêm espalhando nas mais diversas mídias. Essas mentiras acabam por induzir o cidadão ao erro, e até mesmo ao cúmulo de advogar contra seus próprios interesses e contra os interesses do país.

Confira!

1.  "Se seu patrão não tiver que recolher FGTS e INSS, ele vai aumentar o seu salário."

Uma das piores e mais alardeadas ultimamente.

É quase comovente a crença no "patrão bonzinho", que alguns tentam vender com essa ideia. Sério que alguém acredita que o empregador, tendo oportunidade, abriria mão de aumentar ainda mais sua margem de lucros, para valorizar o empregado? O mais comum é justamente o contrário: empregados que, ao serem demitidos, descobrem que o patrão não recolheu devidamente seu FGTS e o INSS. Segundo levantamento do Conselho Nacional de Justiça, 68% das reclamações trabalhistas dizem respeito a verbas rescisórias.

O FGTS, além de representar uma segurança para o empregado nos casos de demissão sem justa causa, incentiva a construção civil, quando utilizado para a aquisição da casa própria. Mesmo que o "patrão bonzinho" da fábula entregasse o dinheiro vivo ao empregado, quantos conseguiriam, de fato, guardar esse valor exclusivamente para aquisição da casa própria? Imagine o impacto de uma queda acentuada na demanda, para esse que é um dos setores que mais geram empregos! Além disso, o FGTS pode ser sacado em casos de doença grave do trabalhador, como câncer e HIV, o que auxilia no tratamento.

Outro argumento dos liberais contra o FGTS é que ele teria um "sub-rendimento" se comparado a outras aplicações financeiras. Isso é verdade, porém é interessante notar que eles utilizam esse argumento, não para pleitear o aumento do rendimento das contas do FGTS, mas para tentar justificar a eliminação do mesmo. Utilizam uma premissa válida (a remuneração baixa) para defender uma medida que prejudicaria o trabalhador (o fim do FGTS). Convenhamos, um truque batido de manipulação.

Já o INSS é recolhido por ambos, patrão e empregado. É importante para o trabalhador pois financia a Assistência Social, que promove os benefício de pensão por acidentes, auxílio-maternidade ou paternidade, aposentadoria, dentre outros do tipo. Uma série de benefícios que a grande maioria dos trabalhadores utiliza ou utilizará.

O recolhimento do empregador é de 11% sobre o salário bruto dos seus funcionários. Em alguns casos, recolhe um adicional de 20% de INSS patronal. O empregado recolhe entre 8% e 11%, direto no contracheque. Ou seja, o patrões pagam a maior parte, mas os benefícios são exclusivos para os empregados. Adivinha quem ganharia e quem perderia com o fim do recolhimento do INSS?

O empregado que defende essas ideias liberais pode ficar sem ver nem a cor do dinheiro, nem os benefícios do FGTS e do INSS. Os patrões (e seus porta-vozes liberais) agradecem...

Por Francisco Mestre