Brasil cai 19 posições no IDH Social da ONU. Culpa do "Quanto pior, melhor" do PSDB/PMDB. E vai piorar...

Recentemente, foi divulgado pela ONU o relatório do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) com dados de 2015. O Brasil, pela primeira vez desde 1990, não progrediu no índice, mantendo-se estagnado na 79ª posição. Já no IDH Social, que foca a desigualdade social, o país caiu 19 posições. E a renda do brasileiro em 2015 caiu para patamar inferior ao de 2010, sendo o item mais relevante para o mau resultado. Enfim, uma tragédia. 

O que poucos analistas comentam é que esse resultado refere-se justamente ao período imediatamente posterior às eleições presidenciais de 2014, na qual o candidato tucano Aécio Neves foi derrotado por Dilma Rousseff, numa das mais polarizadas eleições da nossa História.

Por isso, esse resultado serve de indicador para avaliarmos as consequências para o país da política do "quanto pior, melhor", premissa adotada a partir da derrota de 2014 pelo PSDB de Aécio Neves, em parceria com o PMDB de Eduardo Cunha.

Como sabemos, o início do segundo mandato de Dilma foi marcado por forte crise política. Mas o que isso significa, naquele contexto? 

Logo após a derrota, o PSDB trabalhou arduamente para desestabilizar o governo: contestou os votos, exigindo recontagem, o que deu em nada; depois, contestou as urnas eletrônicas, exigindo auditoria, o que também se mostrou falacioso. Tudo para causar transtornos ao governo Dilma.  

Curiosamente, a mesma eleição que confirmou a vitória de Dilma também levou ao poder um Congresso majoritariamente conservador. Terreno fértil para conspirações, que tomaram corpo com a aliança do PSDB, que liderou a oposição sistemática "ao Brasil" (conforme ato-falho de Aécio Neves), com Eduardo Cunha e suas pautas-bomba, que impunham elevações de gastos ao governo. Assim, toda e qualquer medida proposta por Dilma era sistematicamente barrada, agora visando ao impeachment da mandatária.

Somada à crise política, surgiu no início de 2015 a queda dos preços das commodities, principalmente petróleo, soja e minério de ferro, cujas cotações despencaram no mercado. Tem-se assim uma receita perfeita para sabotar o governo recém-reeleito, e destruir sua governabilidade. 

Num outro momento, essa queda das commodities poderia ser mais uma "marolinha", como aconteceu em 2008 no governo Lula. Apesar da grave crise de 2008, Lula apostou no estímulo ao consumo, com crédito facilitado e isenções fiscais para a compra de automóveis populares e para os itens da linha branca, por exemplo, diminuindo substancialmente os efeitos daquela crise. Mas em 2015, o cenário era outro, e a sanha golpista não mediu esforços (nem consequências) para implodir o governo. Em suma, destruir o país, derrubar a presidenta eleita, para governar o que sobrasse.

A crise econômica que se iniciou em 2015 foi agravada pela crise política fomentada por PSDB e PMDB para tomar o poder via GOLPE. E considerando-se o IDH, a tendência é piorar: se em 2015, início da sabotagem, os indicadores foram afetados dessa maneira, imagine como será o resultado para 2016 e 2017. Com a crise persistente, agravada por traços de recessão econômica, e com um governo ilegítimo, sem credibilidade dentro e fora do país, adotando políticas liberais de austeridade que precarizam o emprego e desmontam a Previdência Social. Como a História mostra, essas práticas, longe de salvarem a economia, trazem mais recessão e aprofundam as desigualdades sociais.

Por Francisco Mestre

Imagem: http://jullianodemorais.blogspot.com.br/2010_10_01_archive.html?m=1

Fontes:
http://brasil.elpais.com/brasil/2017/03/21/politica/1490112229_963711.html

 http://g1.globo.com/mundo/noticia/idh-brasileiro-mostra-pais-estagnado-e-acende-luz-amarela-diz-onu.ghtml

http://www.redebrasilatual.com.br/politica/2015/07/aecio-comete-dois-atos-falhos-no-mesmo-dia-psdb-e-o-principal-partido-de-oposicao-ao-brasil-3431.html

http://www.redebrasilatual.com.br/blogs/helena/2015/08/pautas-bomba-sao-demonstracao-de-desespero-e-impotencia-para-impichar-4191.html

http://oglobo.globo.com/economia/queda-nas-commodities-reduz-em-us-25-bi-exportacoes-do-brasil-17271853