Depois do fim da CLT, vem aí o voto em lista fechada.

Esse é um alerta para quem acredita que em 2018 será possível "dar o troco" nos deputados que votaram a favor da terceirização generalizada, que praticamente destruiu a CLT e instituiu a precarização dos direitos trabalhistas. 

Os deputados brasileiros são tudo, menos ingênuos: para driblar a insatisfação popular e a consequente fuga de votos, está sendo arquitetada uma alteração, via reforma política, para que passemos a votar em lista fechada a partir das eleições para o Legislativo de 2018.

Com o pretexto da alteração que proibiu as doações empresariais em campanhas eleitorais, o deputado Rodrigo Maia já defendida, em 2016, a adoção do voto em lista fechada, por julgar mais adequado ao novo modelo de captação de doações. Agora, após a repercussão negativa da votação do PL da terceirização, a ideia ganha força no Congresso por outros motivos.

Aconteceria assim: os partidos definiriam uma ordem de preferência de candidatos ao Legislativo, e os eleitores votariam nas legendas, não mais diretamente em candidatos específicos.

Na prática, isso significará impunidade, com a possibilidade de distribuição ou manutenção de foro privilegiado a colegas de partido enrolados com a Justiça, e que provavelmente não receberiam o aval do cidadão pelo voto. E os assassinos da CLT permaneceriam no poder, para mais ataques à população.

Portanto, olho aberto para mais essa manobra do Congresso. Que as entidades da sociedade civil, os movimentos sociais e os sindicatos não aceitem mais um despudor desse que é, certamente, o pior, o mais despreparado Congresso de toda a nossa história republicana.

Por Francisco Mestre

Imagem:  http://jornalggn.com.br/tag/blogs/luis-fernando-verissimo

http://m.oglobo.globo.com/brasil/rodrigo-maia-defende-voto-em-lista-fechada-para-proximas-eleicoes-20138579