7 mentiras que os liberais contam: 7. O PSDB é um partido de esquerda.

A cereja do bolo de mentiras dos liberais.

De "social-democracia", o PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira) só tem o nome. Pelas práticas adotadas pelos tucanos quando no poder, em todos os níveis, deveriam mudar sua sigla para PNLB (Partido do Neoliberalismo Brasileiro) ou algo assim. 

Chega a ser infantil o conjunto de distorções que os liberais utilizam para defender esse absurdo.

Alguns fazem alusão ao passado: falam das origens do PSDB, que realmente nasceu como um partido de esquerda e social-democrata. Porém, é evidente que ele se afastou de suas origens, mudando totalmente suas práticas para o liberalismo e à direita.

Esse movimento de partidos social-democratas se desviando ideologicamente não foi exclusividade do PSDB. No final do século XX, alguns partidos social-democratas, como o Partido Trabalhista Britânico e o Partido Social-Democrata da Alemanha, iniciaram aproximações com políticas liberais, o que foi posteriormente denominado como "Terceira Via".

Enfim, dizer que o PSDB é de esquerda hoje, apenas com base no que ele foi um dia, é um raciocínio bastante pobre...

Outros alegam que, se a sigla PSDB tem "social-democracia", o PSDB é social-democrata, e portanto, um partido de esquerda. Como se o nome de um partido, por si só, o definisse mais do que suas práticas. Esse sofisma não merece mais comentários...

Por fim, há os que negam os laços do PSDB com o liberalismo. Alegam até que o governo FHC não foi liberal! 

Imaginem se tivesse sido: no governo FHC as privatizações a preço de banana e com aporte farto do BNDES eram a norma. Não que nós, que defendemos a teoria social-democrática, sejamos contra a ideia de privatização a priori: como já esclarecemos noutro texto,  somos contra a privatização de bens estratégicos para a soberania do país. Que foi justamente o que FHC fez ao privatizar Vale do Rio Doce e os setores elétrico e de telefonia (uma heresia para um partido que se diz social-democrata). Sem esquecer da privatização da água em São Paulo, cortesia do tucano Alckmin, que repassou 3,4 bilhões para os acionistas em sua gestão até 2014, não investiu em infraestrutura e agravou a crise hídrica que se iniciou no mesmo ano. É o que dá ceder um bem estratégico à sanha dos mercados...

E o que dizer dos programas sociais "de fachada" do governo FHC? De 1995 a meados de 2001, os "programas sociais" do FHC limitavam-se a distribuição de cestas básicas. Somente no final de 2001 (depois de quase 7 ANOS  de mandato) é que foram iniciados programas sociais de alcance limitado, contribuindo muito pouco com o Estado de Bem-Estar Social que a teoria social-democrática preconiza, pois careciam de visão de longo prazo (diferentemente dos programas sociais implantados a partir do governo Lula, por exemplo).

Para honrar o "social-democracia" do nome, o PSDB deveria adotar as premissas da teoria social-democrática: um Estado forte, que intervenha pontualmente na Economia, de modo a defender a Soberania Nacional (estatizando os setores estratégicos, como energia, estradas e ferrovias, e permitindo a iniciativa privada em setores secundários), garantindo o Estado de Bem-Estar Social (pela implantação de programas sociais efetivos nas áreas da Saúde e da Educação), e proporcionando uma melhor distribuição de renda (por meio de reformas tributária, política, fiscal, judiciária, etc, mais justas, e pela valorização dos salários, por exemplo).

Por Francisco Mestre


Imagem: https://troppos.wordpress.com/2010/10/04/xo-tucanagem-motivos-para-nao-votar-em-simao-jatene-psdb-no-2%C2%B0-turno/

Fontes:
https://www.google.com.br/amp/exame.abril.com.br/revista-exame/nao-da-nem-para-racionar/amp/

http://www.blogdacidadania.com.br/2013/02/fhc-so-lancou-programas-sociais-a-4-meses-da-eleicao-de-2002/