...porque existe, sim, opção ao liberalismo.

Nos últimos tempos, vimos percebendo uma maior incidência do discurso liberal nas redes sociais e na mídia como um todo. Uma quantidade considerável de autores vêm propagando a demonização do Estado, pregando sua minimização, louvando a meritocracia e apontando a privatização quase generalizada como a panaceia contra um suposto cenário de ineficiência, altos custos e corrupção nas empresas públicas. 

Não raro, a postura dos liberais é se considerarem, politicamente, acima da dicotomia direita-esquerda, como se fossem uma terceira via. Também aparece a ideia do Estado ser essencialmente ineficiente e corrupto, como se no setor privado não houvesse corrupção, e como se não houvessem serviços públicos eficientes.

Ocorre que esse discurso, que na teoria clama pelo aperfeiçoamento e pela moralidade nos serviços prestados à população, na prática beneficia os proprietários da iniciativa privada, que lucram muito com as privatizações, sem necessariamente agregarem melhoria aos serviços prestados. Ao contrário: objetivando o lucro acima de tudo, acabam, por vezes, negligenciando o investimento em infraestrutura e capacitação das pessoas, o que prejudica a qualidade; ou aplicando práticas de cartelização, que majoram os preços dos serviços prestados.  

Diante desse quadro, e para apresentar um contraponto ao discurso único liberal, é que idealizamos o Instituto Social-Democrático (ISD). Um local para a divulgação de textos sobre a teoria social-democrática, para o estudo de seus principais autores (Bernstein e Keynes, dentre outros), e principalmente para a desconstrução dos pressupostos liberais, sob a ótica da teoria social-democrática.

Esperamos, humildemente, contribuir para a pluralidade de pensamento, de forma clara e objetiva, a fim de auxiliar o leitor a conhecer os preceitos social-democráticos.
Porque há mais entre Adam Smith e Milton Friedman do que supõem a vã filosofia liberal (com o perdão de Shakespeare)...

Por Francisco Mestre

Imagem: https://radiodajuventude.wordpress.com/2011/09/16/o-velho-liberalismo-romantico/